sábado, 4 de agosto de 2012

a sala de estar - poema XI












a sala de estar -  poema XI


arrumo os livros e deixo que se percam
pela estante
que lutem entre si
para encontrar um lugar de destaque

não posso educá-los. sobreviverá o mais forte,
esse irá agarrar um dia a minha mão,
forçá-la a desfolhá-lo a percorrer o seu corpo
de palavras vestidas de negro

e eu educadamente obedeço
fecho todas as janelas
acendo as lâmpadas da solidão
e arrasto-me por dentro dos versos da noite.





PAULO EDUARDO CAMPOS, in A CASA DOS ARCHOTES (Lua de Marfim, 2011)

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