terça-feira, 22 de novembro de 2011

Mário Quintana - O dia abriu seu pára-sol bordado



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O dia abriu seu pára-sol bordado

de nuvens e de verde ramaria.

E estava até um fumo, que subia,

mi-nu-ci-o-sa-men-te desenhado.

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Depois surgiu, no céu arqueado,

a Lua – a Lua! – em pleno meio-dia.

Na rua, um menininho que seguia

parou, ficou a olhá-lo admirado…

-

Pus meus sapatos na janela alta,

sobre o rebordo… Céu é que lhes falta

pra suportarem a existência rude!

-

E eles sonham, imóveis, deslumbrados,

que são dois velhos barcos, encalhados

sobre a margem tranquila de um açude…

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